O tema de hoje é a crise do Iêmen
O Iêmen é um país da Península Arábica localizado no extremo sul da região.
Desde 2011 o país está em crise. O número de pessoas internamente deslocadas (não saíram do país mas fugiram de suas casas) é enorme, a crise humanitária é classificada pela ONU como a pior do mundo hoje.
O país enfrenta: divisões político-religiosas, separatismo, pobreza e grupos extremistas.
Como a crise começou?
Com a Primavera Árabe e a queda de uma ditadura que estava no poder desde 1991. Caiu o governo de Ali Abdullah Saleh.
Como continuou?
Hadi Mansour, o novo presidente, manteve as políticas autoritárias.
Os Houthis, que habitam uma parte do país e são xiitas, aproveitaram a oportunidade para buscar o controle do país. Há décadas os houthis lutam contra os governos centrais, sunitas. O momento de fragilidade ajudou. Partes da população sunita se juntaram aos houthis devido à frustração com a manutenção do autoritarismo.
Em 2014 os houthis tomaram a capital, Sanaa.
Como a crise se regionalizou?
A Arábia Saudita tem o crescimento do xiitas e trava uma guerra indireta com o Irã. Em diversas crises do Oriente Médio, o Irã apoia os xiitas, a Arábia os sunitas (Síria, Iraque e Iêmen). Com o crescimento do poder dos houthis, a Arábia liderou um grupo de países em uma intervenção. Os Emirados Árabes Unidos merecem destaque nessa aliança. O Irã passou a apoiar os houthis.
O aumento do caos trouxe mais instabilidade, favorecendo grupos extremistas com destaque para a Al Qaeda.
Qual é o quadro atual?
Vejamos o mapa abaixo.
O país vive uma profunda crise. Os houthis mantém o domínio sobre várias regiões, em especial as mais importantes. A coalizão liderada pela Arábia controla outra parte do país e os grupos extremistas agem também em vastas áreas.
O porto de Hudaydah se tornou o principal foco de disputa.
Os civis mortos chegam a 8 mil nas estimativas mais baixas e 70 mil, a maioria em ações lideradas pela Arábia.
Aproximadamente 80% da população (24 milhões de pessoas) precisam de ajuda humanitária. A fome já atinge 10 milhões de pessoas. Subnutrição é hoje uma realidade quase absoluta. Falta água potável devido aos estragos da guerra e doenças como cólera se espalham.
A crise é considerada a maior já causada por ações humanas. Além disso, o conflito ameaça a navegabilidade da região, que é a porta de entrada do Mar Vermelho, por onde passam os navios que viajam da Europa para o Oriente ou que saem do Oriente Médio para a Europa e além.